O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é cada vez mais discutido em escolas, consultórios e no dia a dia de pais e educadores.
Mas como saber se uma criança realmente tem TDAH ou se os sintomas são reflexo de outro transtorno?
Como tratar de forma correta?
E como garantir que o impacto escolar e emocional seja o menor possível?
Neste artigo, a Dra. Vanessa Guimarães entrevista a Dra. Luciana Midori para esclarecer os principais pontos sobre diagnóstico, tratamentos e estratégias de apoio.
Como diferenciar o TDAH de outros transtornos?
Existem outros quadros clínicos que se assemelham ao TDAH, como:
- Transtornos de ansiedade
- Transtornos de humor
- Epilepsia
- Problemas auditivos ou visuais
Essas condições podem apresentar sintomas semelhantes ao TDAH, como desatenção, dificuldades escolares e aparente “desligamento”.
Em alguns casos, a criança pode apresentar comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao mesmo tempo.
O ideal é identificar qual quadro está mais presente no momento e tratá-lo prioritariamente.
Por exemplo, se a ansiedade for predominante, o tratamento deve começar por ela.
Caso ainda persistam sintomas, o tratamento para o TDAH pode ser iniciado em paralelo.
Também é essencial descartar causas médicas, como dificuldades auditivas, visuais ou crises de ausência (epilepsia), que podem simular sintomas de desatenção.
Qual o papel das terapias não medicamentosas no tratamento?
O tratamento do TDAH vai além da medicação. Estratégias não medicamentosas são fundamentais para o sucesso do processo terapêutico:
- Atividades esportivas e de lazer
- Psicoterapia cognitivo-comportamental
- Psicopedagogia
- Intervenção familiar e escolar
Essas abordagens complementam o tratamento medicamentoso e garantem um resultado mais equilibrado e duradouro.
O envolvimento da escola e da família é essencial para reforçar os avanços e adaptar as rotinas às necessidades da criança ou adolescente.
Qual o impacto do TDAH na vida escolar e social?
O TDAH pode afetar diversas áreas da vida da criança:
Desempenho escolar: dificuldade em manter a atenção, seguir instruções e concluir tarefas.
Relacionamentos sociais: maior impulsividade e dificuldade em lidar com frustrações, o que pode prejudicar amizades.
Autoestima: ao se sentirem diferentes ou incapazes, muitas crianças desenvolvem insegurança e frustração.
Para minimizar esses impactos, é importante aplicar ações psicoeducativas que ajudem a criança a compreender que suas dificuldades não estão relacionadas à inteligência, mas sim à forma como o cérebro processa atenção e impulsividade.
Como a escola pode ajudar?
A participação da escola no processo é essencial. Algumas estratégias práticas que fazem diferença:
- Provas mais objetivas e com tempo estendido
- Redução do número de estímulos visuais e auditivos em sala
- Posicionar o aluno em local com menos distrações
- Evitar exposições públicas que gerem constrangimento
- Reforço positivo constante
- Adaptações pedagógicas individualizadas
Inclusive, vestibulares e exames nacionais já oferecem recursos para candidatos com TDAH, como salas menores e tempo extra.
Como os pais podem colaborar?
Pais bem informados fazem toda a diferença no tratamento do TDAH.
É fundamental:
- Compreender que TDAH não é preguiça, má vontade ou falta de educação
- Buscar informação de qualidade: vídeos, livros e artigos confiáveis
- Participar das decisões terapêuticas com a equipe multidisciplinar
- Criar um ambiente acolhedor, com rotina e apoio emocional
A psicoeducação familiar é um pilar no processo de aceitação, adaptação e evolução da criança ou adolescente com TDAH.
Conclusão
O TDAH é um transtorno complexo, mas que pode ser bem gerenciado com informação, diagnóstico adequado e suporte constante.
O tratamento individualizado, aliado ao envolvimento da escola, da família e de profissionais especializados, é o caminho para garantir desenvolvimento saudável e qualidade de vida para crianças e adolescentes com TDAH.
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Quanto mais informação e acolhimento, melhor será o apoio oferecido a quem convive com o transtorno.