Tetralogia de Fallot: Entenda essa condição cardíaca congênita

A Tetralogia de Fallot é uma das cardiopatias congênitas mais conhecidas e também uma das mais desafiadoras. Embora o nome assuste à primeira vista, entender essa condição é essencial para pais, familiares e até mesmo profissionais da saúde que acompanham crianças com diagnóstico cardíaco.

Neste artigo, a Dra. Vanessa Guimarães, cardiologista pediátrica, explica de forma simples e objetiva o que é a Tetralogia de Fallot, como ela afeta o coração, quais os sintomas mais comuns e quais são os caminhos de tratamento.

O que é a Tetralogia de Fallot?

A Tetralogia de Fallot é uma alteração estrutural congênita do coração, ou seja, está presente desde o nascimento. Ela é composta por quatro defeitos cardíacos principais, que juntos comprometem o fluxo normal do sangue e a oxigenação do organismo.

Essas quatro alterações são:

  1. Comunicação interventricular (CIV): um orifício entre os dois ventrículos do coração que permite a mistura de sangue com e sem oxigênio.
  2. Estenose da válvula pulmonar: um estreitamento que dificulta a passagem do sangue do coração para os pulmões.
  3. Aorta deslocada: a principal artéria do corpo se encontra posicionada de forma anormal, captando sangue parcialmente desoxigenado.
  4. Hipertrofia do ventrículo direito: o músculo do lado direito do coração fica mais espesso devido ao esforço extra para bombear sangue.

Sintomas mais comuns

Os sintomas podem variar de criança para criança, mas os mais frequentes incluem:

  • Cianose: coloração azulada nos lábios e extremidades, causada pela baixa oxigenação do sangue.
  • Dificuldade para respirar e cansaço excessivo — principalmente durante atividades.
  • Desmaios, especialmente nos primeiros meses de vida.

Esses sinais costumam surgir logo após o nascimento, mas em alguns casos podem se manifestar um pouco mais tarde.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico geralmente ocorre ainda nos primeiros meses de vida, por meio de exames como:

  • Ecocardiograma (ultrassom do coração)
  • Radiografia de tórax
  • Avaliação clínica com base nos sintomas apresentados

A observação de sinais como cianose, sopros cardíacos ou dificuldades respiratórias leva à investigação precoce e ao diagnóstico correto.

Como é o tratamento?

1. Tratamento inicial com medicação

Em alguns recém-nascidos, especialmente os mais sintomáticos, utiliza-se uma medicação chamada prostaglandina para manter a oxigenação adequada até que seja possível realizar um procedimento cirúrgico ou intervencionista.

🩻 2. Cirurgia corretiva

O tratamento principal é cirúrgico e envolve:

  • O fechamento do orifício entre os ventrículos
  • A ampliação da válvula pulmonar ou de sua via de saída

Essa cirurgia costuma ser feita nos primeiros meses de vida. Em casos mais graves, pode ser necessário realizar procedimentos temporários antes da correção completa, como a cirurgia de Blalock-Taussig ou a colocação de stents.

E depois da cirurgia?

Após a correção, o acompanhamento com o cardiologista pediátrico é essencial ao longo da vida. Algumas crianças podem apresentar:

  • Estreitamento ou insuficiência da válvula pulmonar
  • Necessidade de troca valvar na adolescência ou idade adulta jovem

Essa necessidade depende dos sintomas (como cansaço e falta de ar) e dos resultados de exames como o ecocardiograma e a ressonância cardíaca.

Qual é a expectativa de vida?

Com o tratamento adequado, crianças com Tetralogia de Fallot podem ter uma vida longa, ativa e saudável. Graças aos avanços na cardiologia pediátrica, a maioria dos pacientes leva uma vida normal, podendo praticar atividades físicas e sociais.

O segredo está no acompanhamento contínuo e na detecção precoce de qualquer alteração.

Conclusão

A Tetralogia de Fallot é um desafio real, mas com diagnóstico precoce, tratamento apropriado e acompanhamento contínuo, é possível garantir qualidade de vida e bem-estar para crianças e adultos com essa condição.

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